sábado, 28 de janeiro de 2012

União e Indústria: a primeira estrada de rodagem do Brasil

Trechos intactos da pioneira Estrada União e Indústria ainda podem ser percorridos entre Santos Dumont e Barbacena
 Um trecho calçado da União e Indústria, primeira estrada de rodagem do Brasil,
 ainda resiste ao tempo no alto da Serra da Mantiqueira. Foto: Edson Inácio

A revista SIM! Magazine, editada em Barbacena, publicou na edição de dezembro de 2011, uma interessante matéria sobre a história da Estrada União e Indústria, construída na segunda metade do Século XIX, pelo empresário e político barbacenense Mariano Procópio. O trajeto original ligava Petrópolis, no Rio de Janeiro a Juiz de Fora, em Minas Gerais, mas tinha um trecho ainda mais antigo que ia até Barbacena e foi arrendado pelo empreendedor Mariano Procópio. Com a chegada da ferrovia, o empreendimento tornou-se pouco rentável e foi aos poucos sendo abandonado. Leia o texto completo no link:

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Fazenda do Registro Velho agoniza à beira do Caminho Novo

"se as obras emergenciais foram realizadas para proteger a Fazenda do Registro Velho das intempéries do tempo; se as chuvas torrenciais são esperadas nesta éoca época; seria um argumento válido dizer que a estrutura não resisitiu por conta das chuvas?"

Leiam matéria na íntegra

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Coronel Xavier Chaves realiza Festival Internacional de Escultura em Pedra


 Escultura apresentada na primeira edição do Festival Internacional de Coronel Xavier Chaves
A  cidade de coronel Xavier Chaves,  a 50 km de Barbacena, pertencente ao Circuito Turístico Trilha dos Inconfidentes, quer fazer de uma tradição, sua marca registrada. Por isso está concluindo a segunda edição do  Festival Internacional de Esculturas em Pedra.  Durante o período de um mês, artistas de várias nacionalidades e diferentes estilos - selecionados por uma comissão de especialistas - formaram um ateliê coletivo, produzindo esculturas que ficarão expostas em diversos pontos da cidade, muitas até se incorporando definitivamente à paisagem urbana do município de,3 mil habitantes. Fazendo valer seu título de “cidade da pedra”, Xavier Chaves tem cerca de 60 pessoas que hoje se dedicam integralmente à arte do entalhe e da cantaria, utilizando principalmente o gnaisse, a pedra-sabão e o granito. Além de figuras de animais, anjos e santos, fontes, pias batismais  e outros utilitários são produzidos em oficinas caseiras fazendo a fama na arte que tem nas pedras abundantes na região, seu principal suporte . Nesta segunda edição, foram selecionados artistas da Ucrânia, Bulgária, Portugal , Espanha, além dos convidados locais. A seleção e curadoria ficou a cargo dos especialistas e professores, Roseli Santaella Stella e Flávio Sasso, ambos de São Paulo e Carlos Castro Brunetto, Doutor em História da Arte pela Universidade de La Laguna, na Espanha. O próximo festival será em 2014. (Edson Brandão)

Para saber mais, acesse:

sábado, 21 de janeiro de 2012

Série-II Encontro dos Pesquisadores - Palestra 2

 O Professor Wilton apresenta uma nova hipótese para a construção da capela, que daria origem ao Arraial da Igreja Nova ( Barbacena)

A origem do Arraial da Igreja Nova, por Wilton Ferreira de Souza

Sede da Academia de Letras de São João del-Rei,
Dia 19 de agosto de 2011 - 09:30 h
O Professor Wilton Iniciou sua fala pela citação de versões sobre o surgimento do arraial. Uma delas dá conta de que algumas pessoas chegaram ao local, o alto de um morro, e resolveram ali erigir uma igreja. Mas já na primeira metade do Século XVIII, já havia nas imediações alguns sesmeiros ou ocupantes do local que de imediato aceitaram a ideia, dizendo que o terreno não era deles e que a construção não só da capela, mas também de casas de moradia resolveria uma discussão que já vinha ocorrendo, com diversos moradores querendo a igreja em suas próprias terras.
Entretanto, ressaltou o Prof. Wilton, a partir do momento em que se começou a organização do arraial, Estêvão dos Reis e um sobrinho dele começaram a criar problemas. Alegaram que cederam terreno próprio, contrariando a conversa anterior. Foram, então, até Ouro Preto e pediram que o local fosse incorporado à sesmaria deles. E passaram a alegar que haviam permitido a construção da capela, não de casas e, que se estas fossem erigidas, eles exigiriam que o comércio lhes pertencesse.
Para o Prof. Wilton, a ocorrência foi uma escaramuça, uma questão de avareza, que o leva a levantar uma nova hipótese para o surgimento da Igreja Nova, as relações igreja-estado e a nobilitação procurada pelos então moradores locais. Seriam, segundo o pesquisador,  pessoas em busca de escalada social.
O palestrante se baseia em fontes do Professor Francisco Eduardo de Andrade (cuja palestra ocorreu mais tarde) para informar que os memorialistas dizem que a capela era erigida e a partir dela surgia o arraial. Entretanto, pesquisas detalhadas demonstraram que a capela era construída em função do que já existia no local, como um entroncamento de caminhos e o mobiliário urbano que na época fazia parte deles. No caso da Igreja Nova, ali já existia o Registro e uma vida social e econômica em seu entorno, como fatos geradores da necessidade de construção de um local para a prática religiosa, contrariando, desta forma, o que dizem os memorialistas.
No mesmo sentido, foi apresentada uma análise da noção de que os construtores da capela teriam uma espécie de plano de edificação do povoado. Um dos argumentos é uma carta dirigida pelos moradores ao Rei, alegando que o local era visitado frequentemente por pessoas perturbadoras da ordem. Oras, pergunta Wilton, “ como poderiam querer construir uma capela em local tão inadequado?”  E ele mesmo responde que há indícios da influência da missão pacificadora da Igreja, de ordenar e evangelizar os moradores locais. Donde o interesse de formação do arraial seria não só da Igreja como também dos potentados da região.
O Prof. Wilton Ferreira de Souza ressaltou que o doador de terras para constituição do patrimônio do santo protetor adquiria alguns direitos, sendo o mais evidente a aproximação com o aparelho da igreja que, na realidade, era também um aparelho de Estado. Ou seja, o doador usava desta estratégia para se aproximar do poder. Segundo o palestrante, todos queriam este acesso, sendo assim uma atitude planejada para a escalada social.
Prosseguindo, foi abordada a questão denominada ‘economia do dom’, ou seja, quem faz alguma doação é automaticamente nobilitado. Quem faz mercê à Igreja tem como benefício o acesso a um novo patamar na sociedade. Naquela época, quem quisesse se nobilitar deveria, antes de mais nada, viver como nobre. Ou seja, teria que ofertar algo. E neste processo, o interessado poderia ser até um oficial mecânico, por exemplo, mas não poderia viver como tal. Esta seria a razão para os casos que a história registra de pessoas que construíram fortuna e a perderam no momento em que passaram a utilizá-la para sustentar uma vida de nobre.
Concluindo sua apresentação, o professor Wilton reforçou a opinião de que o surgimento de um arraial, e especialmente o da Igreja Nova, teria sido uma questão de negócio, envolvendo de forma evidente o processo de escalada do poder. Ressaltou que há indícios de que a parcela mais abastada daquela população teria interesses na formação do povoado, o que coloca em campos opostos a opinião de memorialistas e dos estudiosos que pesquisaram o tema.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Série-II Encontro dos Pesquisadores - Palestra 1


 O Prof. Francisco Rodrigues de Oliveira, da Associação Cultural do Arquivo Histórico Municipal "Prof. Altair Savassi"de Barbacena falou sobre Caminho Novo e Caminho Velho

Antigas ligações entre os Caminhos Novo e Velho na região das Vertentes, por Francisco Rodrigues de Oliveira

Sede da Academia de Letras de São João del-Rei,
Dia 19 de agosto de 2011 - 09:00 h
Foi apresentada cartografia do Caminho Velho e Novo e explicado que o Caminho Velho era vulnerável no trecho marítimo do Rio de Janeiro  até Parati, frequentado por piratas. Além disso, o percurso total consumia até três meses de deslocamento, enquanto pelo Caminho Novo era possível ir do Rio de Janeiro a Vila Rica em apenas um mês.
O palestrante demonstrou que, no início de cada caminho, havia uma boa distância a separá-los. Ao entrar no território correspondente a Minas Gerais, as duas vias iam se aproximando até se unirem na altura do atual município de  Conselheiro Lafaiete. Na parte inferior da Serra da Mantiqueira, a mata era fechada. Já no Campo das Vertentes, região que abrange São João Del-Rei e Barbacena, só existia mata nas margens dos rios, as chamadas matas ciliares. As demais áreas do campo eram cobertas por vegetação rasteira, com árvores esparsas.
Esta condição, segundo entendimento do pesquisador, parece ter favorecido o surgimento de várias trilhas, anteriores à abertura dos Caminhos Velho e Novo, resultando em que ambos tenham sido, na verdade, o alargamento de vias já existentes. Ressaltou que o índio, por não conhecer o cavalo, teria aberto trilhas bem estreitas. Advindo a necessidade de transporte de carga, em lombo de animais, tornou-se imperioso transformar aquelas picadas em passagens que permitissem o trânsito de um animal com cargas dispostas dos dois lados.
O Professor Francisco citou os viajantes estrangeiros que passaram pela região nos séculos XVIII e XIX, buscando responder a curiosidade dos europeus. A partir da vinda da Família Real Portuguesa, em 1808, surgiram as expedições científicas, com objetivos mais específicos.
Outros mapas foram apresentados. Um deles, do final do século XIX, com as condições geológicas de Minas Gerais . Em seguida um mais recente, já contando com a tecnologia da fotografia aérea.
A imagem de um rancho despertou curiosidade na platéia, sendo explicado que era uma cobertura de sapé sobre quatro esteios que servia para abrigar os viajantes. Os estrangeiros reclamavam do desconforto e dos bichos de pé e carrapatos, além do hábito dos tropeiros de cantarem durante a noite inteira depois de passarem o dia todo trabalhando duro.
Francisco Rodrigues de Oliveira explicou também que o proprietário construía o rancho a pequena distância de sua casa, onde só se hospedavam as autoridades que por ali passassem. Para os demais, que ficavam debaixo daquela cobertura, nada era cobrado pela estadia, mas pela venda de alimentos, especialmente o milho para os animais.
Em seguida discorreu sobre a forma como eram desenhados os mapas no final do século XIX. Chamada triangulação, consistia em alcançar um determinado ponto elevado que permitisse a visualização de outro ponto de mesma altitude. Medindo-se a distância entre os dois pontos, através de um aparelho de medição de ângulos, era possível completar o terceiro lado do triângulo. Fazia-se, então, um levantamento de detalhes da área medida. De cada triângulo composto partia-se para suas interseções.
Foi citada a Várzea do Marçal, localidade próxima a São João Del-Rei, que foi o ponto de início da medição naquela região. E explicando como o trabalho era realizado, Francisco Rodrigues de Oliveira destacou que os encarregados da operação eram engenheiros dos quais se exigia também boa capacidade de expressão gráfica para registrar em papel os componentes encontrados. Além disso, havia uma turma para fazer a medição linear entre dois pontos e outra turma fazendo a mesma medição no caminho inverso, tirando-se a média dos dois resultados encontrados.
Além de Cunha Matos, o cronometrista do Caminho Novo, Francisco Rodrigues de Oliveira mencionou em sua palestra os viajantes Antonil, Tavares de Brito, Costa Matoso, Saint Hilaire, Langsdorff e Richard Burton, personagens que passaram pela região e com suas descrições contribuíram para que as informações chegassem até nós.